RN troca experiências com Alagoas e Ceará sobre criação de reservas particulares

As experiências de Alagoas e Ceará na criação de reservas particulares de patrimônio natural (RPPN) na caatinga foram destaque do seminário “Criação de Unidades de Conservação Particulares na Caatinga Potiguar”, promovido pela UFRN, que começou ontem (30). O secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, apresentou a iniciativa do Governo do Estado para preservar as nascentes do Rio Potengi em Cerro-Corá.

“Pesquisamos e não encontramos quase nenhum trabalho para a nascente, somente para a foz. Várias ações aconteceram no passado, mas nada articulado em nível de governo. Agora montamos um grupo de trabalho envolvendo vários órgãos, fizemos um cronograma, estamos realizando seminários e isso vai culminar com a criação de um modelo de preservação para as nascentes em Cerro-Corá”, detalhou Mineiro.

O professor Afrânio Faria, vice-presidente do Biosfera Mata Atlântica, apresentou o sucesso da experiência com criação de reservas particulares em Alagoas. Um dos cases é o de uma família, proprietária de 54 hectares de terra, que ganha a vida recebendo turistas, oferecendo um day use e trilhas pelo lugar. “Eles cobram R$ 120 por pessoa para passar o dia no lugar, oferecem almoço e com isso tiram seu sustento”, conta. Em Alagoas, existe uma lei que obriga os cartórios do estado a não cobrarem taxas de registro de RPPN, modelo que deve ser adotado também no RN.

Morador de Santa Cruz, distante 100km de Natal, o vigilante sanitário Roberto Rosa defendeu uma maior rigidez do poder público na preservação de áreas com a nascente do Rio Potengi, mesmo que elas pertençam a particulares. “Se o rio é de todos, todos têm que cuidar. As visitas precisam ser racionadas para o local ser ainda mais valorizado. O poder público precisa ser mais firme nessa cobrança”, diz.

O coordenador da Associação Caatinga no Ceará, Daniel Fernandes, relatou as experiências do estado. Lá existem 37 RPPNs, que totalizam 16 mil hectares. A localizada em Crateús é considerada uma das áreas de maior preservação. “Essa reserva representa 20% da cidade de Fortaleza e possui 40 comunidades no entorno. Fazemos um trabalho intenso com os moradores, que vão desde de festivais gastronômicos com fogões sustentáveis até gestão participativa de resíduos sólidos e sistema de reuso de águas cinzas”, pontua.

O Seminário “Criação de Unidades de Conservação Particulares na Caatinga Potiguar” segue até hoje (31) no Centro de Biociências da UFRN e reúne um time de especialistas, estudantes e professores para debater o assunto.

Representam o Idema no evento, equipes do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC), Gestão Ambiental, Gerenciamento Costeiro e Parque das Dunas.

Fonte: Portal do Governo do RN

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