Mirella Lopes
Agência Saiba Mais
Durante entrevista à rádio 98 FM nesta quarta (12), o deputado estadual Toma Farias (PL) criticou o investimento que o Governo do Estado tem feito na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Nas palavras do parlamentar, “o Governo do Rio Grande do Norte não tem condição de tentar subsidiar a UERN, por exemplo”. Tomba é o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026.
A fala do deputado foi criticada pela também deputada estadual Isolda Dantas (PT):
“É lamentável que todas as vezes a UERN seja colocada como um peso para o Rio Grande do Norte, como um gasto. E esse debate eu faço com muita tranquilidade e afirmo categoricamente que a UERN é um patrimônio e um motor de desenvolvimento do nosso estado”, começou Isolda.
A deputada destacou que a Universidade é a maior responsável pela formação de professores e servidores estaduais, além da interiorização do ensino superior.
“Os filhos da classe trabalhadora teriam muita dificuldade em ter acessar o ensino superior se não fosse o ensino de qualidade que a UERN oferece, portanto, acho que é completamente desnecessário olhar para a UERN nessa perspectiva equivocada porque a nossa universidade é muito importante para o nosso estado e nós seguiremos a defendê-la”, acrescentou Isolda.
Nessa última segunda (10), a reitora da UERN, Cicília Maia, solicitou recursos federais para a construção dos Restaurantes Universitários (Rus) da instituição durante a reunião da bancada federal do Rio Grande do Norte com diversas instituições, em Natal. O encontro vai ajudar a definiras emendas para o orçamento federal de 2023.
A proposta da UERN prevê um investimento de R$ 20 milhões para a construção de seis restaurantes universitários contemplando todos os campi. A intenção é fortalecer as políticas de permanência estudantil.
Atualmente, a UERN possui cerca de 15 mil estudantes, 83% deles são do Rio Grande do Norte, 80% vem da rede pública de ensino e 79% deles estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A instituição possui 66 cursos de graduação e 29 de pós-graduação.
A última vez que a UERN foi contemplada com recursos da bancada federal foi em 2019. O dinheiro foi aplicado em ações estruturantes, como a conclusão da obra do Campus Natal, dos muros dos campi Mossoró e Pau dos Ferros, além da aquisição de ônibus para as atividades acadêmicas. A reitora também defendeu a construção de um Hospital Universitário para Mossoró e Região, o primeiro da Região Oeste.
A UERN
Criada em 1968 como Universidade Regional do Rio Grande do Norte (URRN), a partir de 14 de novembro a instituição passou a funcionar como unidade de ensino superior. Foi a partir da lei nº 5.546/ 1987 que a URRN foi estadualizada pelo governador Radir Pereira e passou a ser vinculada à Secretaria de Estado da Educação e Cultura, sendo reconhecida pelo Ministério da Educação apenas em 1993.
Em 1997 a instituição muda de nome e passa a ser chamada de Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, com nova mudança em 1999 para Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A criação do campus Natal veio em 2002, onde passou a funcionar os cursos de Ciência da Computação, Direito, Turismo e Ciência da Religião.
Uma das grandes mudanças ocorreu em 2021, no governo de Fátima Bezerra (PT), quando foi sancionada a Lei 11.045/2021, que garantiu autonomia na gestão financeira e patrimonial à UERN. No mesmo período, pela Lei nº 10.998/2021 colocou-se um fim na lista tríplice para reitor e vice-reitor. Mais recentemente, em 2022, foi implantado o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores técnicos, técnicos administrativos e docentes da FUERN.
Atualmente, a UERN possui unidades em Mossoró, Assú, Patu, Pau dos Ferros e Caicó. Para 2025, o orçamento autorizado da instituição foi de R$ 530 milhões/ano, o que corresponde a 3,12% do orçamento estadual.
Fonte: Blog do Barreto
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